Pelo direito de ouvir qualquer música
Como começar um texto-resposta a um grande mal da sociedade: o preconceito? Antes que digam que esta pessoa que vos escreve está afirmando que vocês são preconceituosos, eu explico. Digo preconceito, no sentido de achar estranhas certas atitudes e comportamentos da nossa sociedade cada vez mais diversificada.
Adoro esta palavra. Diversidade. O mundo só é mundo porque cada um tem seus próprios gostos e sentimentos. Bonito isto. Mas, enfim, vamos falar do que interessa.
Eu sempre estive muito disponível a novos ritmos musicais, de Banda Calypso a, sei lá, Beatles. Pensei neles agora e a Joelma também não foi um bom exemplo, eu sei. Lembrei também da minha grande pontuação no Guitar Hero tocando Twist and Shout.
Nunca fui e acho que nunca vou ser uma fã a ponto de ir ao show do Paul McCartney como nosso amigo Dudu contou. Quer dizer, se eu tivesse dinheiro sobrando, acho que iria sim, por que não?
É justamente esta a questão. Se o cara é um ícone da música mundial, cheio de tantos outros adjetivos e eu, pelo menos, sei quem é ele e o que ele fez da vida, por que não iria a um show cantarolar algumas duas músicas? Não vejo problema algum.
Seria um dia de balada como disse o Diego? Seria, claro. Mas seria uma balada com Paul McCartney! Você entende a situação?
Outra vez, num passado muito remoto, fui ao Pub Rock Beer ouvir a banda cover do The Doors. O Tião (vulgo Diego Assunção) me encheu de músicas da banda e não é que eu fui, e no final das contas ainda sabia acompanhar uma ou duas músicas (o que já foi muito!)
É isso o que estou querendo dizer pra você que está lendo este texto até aqui e ainda está um pouco confuso ou não entendeu nada. Se eu quero ir a uma balada sertaneja, eu vou. Se quero ir na “boatchi”, também vou. A mesma coisa para shows de rock, pop, axé e afins...
Não é porque eu não sou fã das músicas que o Marcin coloca nos churrascos dele, que eu não vou até o churrasco. Capaz ainda de ficar perguntando quem tá cantando e depois jogar no Google pra entender o que eles dizem.
Acredito que tudo isso é cultura. Conhecimento.
Um dia meu primo virou do nada e começou a cantar: “puta que pariu, meu gato pôs um ovo, mas gato não põe ovo, puta que pariu de novo...”, e eu sabia cantar, adivinha por quê????? É isso.
Se eu quiser vou ao show da Shakira, do U2, da Rihanna, dos Beatles (em outra encarnação) ou de quem quer que seja. É somente uma questão de interesse, dinheiro e diversão. E sim, eu adoro vodca!
Ufa!
Beatriz Longhini
Beatriz Longhini
8 comentários:
Ahhhh... a modernidade... Isso explica tudo!
No texto do Eduardo só tentei imaginar, pela brilhante descrição do nobre amigo, duas alienadas chapadas. Isso me dá nos nervos, e quando isso acontece, posso perder a razão com um comentário generalizado.
Mas concordo com o que disse, apesar de ainda preferir a coerência.
E assim caminha a humanidade!
Bom, vamos por partes.
Só para deixar claro, não critiquei em hora nenhuma o fato das garotas estarem lá, pelo contrário, até simpatizei com elas e achei interessante o fato de cantarem músicas não óbvias do show: “De toda forma, foi bom saber que existe esse nível de diversidade, não sei ainda se isso é bom ou ruim”.
Preconceito seria se eu julgasse inadmissível o fato de gostarem ao mesmo tempo de coisas distintas musicalmente. Achar estranho uma pessoa gostar de sertanejo universitário e rock alternativo (Wilco) ao mesmo tempo não é preconceito, mas volto a dizer, quando digo gostar não é achar o som legal, agradável, é gostar a ponto de ir atrás da discografia e tudo o mais.
Deduzi que as meninas gostassem mesmo de Beatles pelo fato de cantarem A Day In The Life, que não é uma música óbvia dos Beatles. Claro que posso estar errado, talvez elas gostassem dessa música por um acaso qualquer, mas foi uma suposição para levantar a reflexão que fiz.
Concordo plenamente com o fato de que cada um vai onde quiser, de mega-concertos a shows de boteco. Não disse, de forma alguma, que as meninas não deveriam estar lá. Só acharia estranho, novamente, se alguém pagasse 300 reais (ou 150, meia), encarasse muitas horas de fila no sol, comendo mal, e com sacrifício para achar um banheiro, para ir em um show que acha legalzinho. Não sei se foi o caso. Repito, disse que acharia estranho, não inadmissível, um absurdo etc..
Obs1: O lance da Vodka não foi pejorativo, pelo contrário. É geração coca-cola, mas com vodka, ou seja, aditivada = mais legal.
Obs2: Só pra constar, fiz um trabalho na faculdade sobre a Banda Calypso. Tenho profundo respeito pela banda, apesar de não gostar do som, acho a trajetória deles louvável, o Chimbinha um puta guitarrista e a Joelma uma frontwoman como poucas.
Du, o seu comentário poderia ser um direito de resposta ao meu direito de resposta! hahaha Na verdade, eu quis mais escrever o texto por conta do que o Diego comentou, meio rebelde com as meninas, já que no seu texto vc deixou a pergunta no ar. Não conhecia esse seu lado voltado à Banda Calypso.. rs.. a gente sempre se surpreende, e essa é a parte boa.
hehe, vamos criar uma sessão no blog chamada Direito de Resposta, rsrs.
Pois é, tive que ouvir TODA a discografia da Banda Calypso para esse trabalho.
É óbvio que todo tipo de marte é respeitável e tem sua história. Vai do gosto de cada um mesmo.
PS: Pô Du, se queria uma bebida evoluída pra usar como metáfora, poderia ter utilizado o TANG, não há nada mais evoluído que refrigerante que o bom e velho suco de saquinho, fácil de fazer, e agora vem até com espuminha. Hahaha!
Onde eu disse "marte" leia-se "arte".
Somente no meu pen drive Jorge & Mateus e Clube da Esquina convivem em perfeita harmonia? :) Bola pra frente galera ;D
pois é Murilo! estamos caminhando para um grande "Estúdio Coca-cola", hehe. Não, eu não estou reclamando.
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