sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cartinha para o Papai Noel



Querido Papai Noel, sei que estou te mandando esta cartinha um pouco em cima da hora. Sei também que já passei um pouco da idade de te mandar cartinhas, ou até de acreditar que você existe, já que tenho 16 anos, mas acho que sua existência, real ou não, é um ótimo motivo para me apegar ao tal clima natalino.

Bom, vamos lá. Meu nome é João e, como já disse, tenho 16 anos. Sei que ao tornar pública minha carta aqui no Trabucada serei zoado eternamente no colégio (“eternamente no colégio”!? ah tá vai...), mas não me importo.

Como disse que não tenho certeza exatamente do que pensar sobre o senhor, me considero livre para viajar nos pedidos. Não pedirei coisa materiais, e sim coisas que quero que aconteçam em 2011.

Segue a lista:



01 Que meus amigos não me recriminem por não achar Restart tão ruim assim. As roupas são péssimas, mas o som não é de todo ruim, nada que o CPM 22 não tenha feito anos atrás.

02 Que o Weezer volte a fazer discos legais.

03 Que os fãs do Weezer parem de pegar tão pesado com a banda, querendo pagar para eles pararem. Coitado do Rivers Cuomo.

04Que o Strokes termine logo seu próximo disco.

05Que o Vanguart termine logo seu próximo disco

06Que eu consiga entender o som de bandas como Animal Colective e TV On The Radio. Para não fazer feio com meus amigos Indies.

07 Que eu pare de gostar de músicas do Black Eyed Peas. Tá pegando mal.

08 Que a Ivete Sangalo consiga sucesso internacional. Acho ela simpática.

09 Que alguma banda independente boa vire mainstream, para eu poder dizer: “ouvia os caras quando eram underground, eram bem melhores”.

10 Que meus amigos Cult parem de me tirar por eu gostar dos filmes do Greg Mottola.

11 Que eu comece a gostar de filmes iranianos, para compensar.

12 Que eu perca o medo de filmes de terror. Não agüento mais desconversar quando meus amigos tocam no assunto.

13 Que o Cameron Crowe lance logo algum filme novo.

14 Que o CQC volte a ser engraçado.

15 Que o Luciano Huck consiga ajudar mais pessoas em seu programa.

16 Que todos percebam que o PC Siqueira é muuuuito melhor que o Felipe Neto

17 Que camisas xadrez continuem na moda. Comprei várias esse ano.

18 Que eu tenha mais inspiração para tuitar frases espirituosas.

19 Que eu perca um pouco da minha timidez e pareça mais descolado para conseguir garotas.

20 Que não me zoem muito por causa dessa carta.

21 Que eu continue sendo chamado para escrever no Trabucada.


Obs: lendo a carta me dei conta que mais parece algo a se pedir pra Deus do que para o Papai Noel, mas eles devem se conhecer. Se for o caso, o bom velhinho passa o recado.

Abraços a todos e Feliz Natal.


Nota dos editores: faça sua lista/carta também e coloque nos comentários que entregaremos ao bom velhinho.


ho ho ho ahuahuahuahauahararaeariroiorroi

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Direito de Resposta

O texto a seguir foi escrito pela jornalista, e frequentadora deste blog, Beatriz Longhini, como resposta ao post intitulado "Geração Coca-Cola (com vodka)", escrito por Eduardo Martinez.


Pelo direito de ouvir qualquer música




Como começar um texto-resposta a um grande mal da sociedade: o preconceito? Antes que digam que esta pessoa que vos escreve está afirmando que vocês são preconceituosos, eu explico. Digo preconceito, no sentido de achar estranhas certas atitudes e comportamentos da nossa sociedade cada vez mais diversificada.

Adoro esta palavra. Diversidade. O mundo só é mundo porque cada um tem seus próprios gostos e sentimentos. Bonito isto. Mas, enfim, vamos falar do que interessa.

Eu sempre estive muito disponível a novos ritmos musicais, de Banda Calypso a, sei lá, Beatles. Pensei neles agora e a Joelma também não foi um bom exemplo, eu sei. Lembrei também da minha grande pontuação no Guitar Hero tocando Twist and Shout.

Nunca fui e acho que nunca vou ser uma fã a ponto de ir ao show do Paul McCartney como nosso amigo Dudu contou. Quer dizer, se eu tivesse dinheiro sobrando, acho que iria sim, por que não?

É justamente esta a questão. Se o cara é um ícone da música mundial, cheio de tantos outros adjetivos e eu, pelo menos, sei quem é ele e o que ele fez da vida, por que não iria a um show cantarolar algumas duas músicas? Não vejo problema algum.

Seria um dia de balada como disse o Diego? Seria, claro. Mas seria uma balada com Paul McCartney! Você entende a situação?

Outra vez, num passado muito remoto, fui ao Pub Rock Beer ouvir a banda cover do The Doors. O Tião (vulgo Diego Assunção) me encheu de músicas da banda e não é que eu fui, e no final das contas ainda sabia acompanhar uma ou duas músicas (o que já foi muito!)

É isso o que estou querendo dizer pra você que está lendo este texto até aqui e ainda está um pouco confuso ou não entendeu nada. Se eu quero ir a uma balada sertaneja, eu vou. Se quero ir na “boatchi”, também vou. A mesma coisa para shows de rock, pop, axé e afins...

Não é porque eu não sou fã das músicas que o Marcin coloca nos churrascos dele, que eu não vou até o churrasco. Capaz ainda de ficar perguntando quem tá cantando e depois jogar no Google pra entender o que eles dizem.

Acredito que tudo isso é cultura. Conhecimento.

Um dia meu primo virou do nada e começou a cantar: “puta que pariu, meu gato pôs um ovo, mas gato não põe ovo, puta que pariu de novo...”, e eu sabia cantar, adivinha por quê????? É isso.

Se eu quiser vou ao show da Shakira, do U2, da Rihanna, dos Beatles (em outra encarnação) ou de quem quer que seja. É somente uma questão de interesse, dinheiro e diversão. E sim, eu adoro vodca!

Ufa!


Beatriz Longhini

domingo, 19 de dezembro de 2010

Isso não é uma autobiografia


Mulher moderninha não casa nem com reza braba. Primeiro porque hoje encontrar um solteiro hétero já é uma missão impossível. Segundo, porque a “mulher moderna” assusta o homem hétero.

A mulher se modernizou. Pode comandar a família, pode reduzir rugas e marcas de expressão com cosméticos, pode se sustentar sozinha, pode sair de casa e voltar no horário em que quiser, pode usar mini saia. (Dizem que podemos tudo isso).

O homem não evolui (deixem eu generalizar e ser feliz). Na verdade, o único homem que evolui é o gay. Meus amigos gays são todos educados, bonitos e bem vestidos. Mas não me comem. Resumindo: precisamos de um ogro em nossas vidas, se quisermos ficar com a pele boa.

No meio dessa nova era feminina, ainda há as mulheres tradicionais (casa, marido, filhos, trabalho, igreja) e as mulheres, digamos, de vanguarda. São aquelas que escutam música independente, têm cabelos rebeldes, roupas criativas e trabalhos descolados.

Mas, quem faz o gênero “Yes! We can do it!”, tá ferrada. Mulher mandona e muito eficiente tem sérios problemas pra laçar um bofe. Os machos gostam de estar no controle da situação, instintivamente. Porém, no fundo, instintivamente, a gente também gosta de ficar debaixo de um bração forte, não pra dar na nossa cara, mas pra fazer carinho. Mas somos orgulhosas demais pra admitir isso.

Pra assustar um homem, a “mulherzinha que se diz alternativa” não precisa querer casar.
De olhar pra ela, o homem já estremece (de medo). Nem namorado ela consegue mais.

Amiga, corre pra Marisa pra comprar um trapo que todo mundo tem igual, e corre pra fazer uma chapinha nessa juba. Finja que precisa de um homem pra te sustentar, finja que prefere que ele fique por cima. E vamos parando de sonhar com príncipe encantado! Aceita qualquer brucutu que tome pelo menos um banho por dia e não queira usar seus vestidos. Se ele não falar “pobrema”, melhor ainda.

Enfim, tem gente que acha que dá menos trabalho ficar sozinha... Tecnologia taí pra auxiliar. Ou não.

Bom, agora chega. Já queimei meu filme, escrevendo igual uma porra-louca. Partes de mim se encaixam no perfil de mulher moderninha. Tudo bem que o tradicionalismo de boa moça às vezes se mostra, mas nunca basta. Já era. Vou no boteco beber com meus amigos gays. Pelo menos eles me elogiam: “Ui, gata, arrasou!”.


Obs.: Alguns homens vão cair de pau em cima de mim, e não é no bom sentido. Há!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Geração coca-cola (com vodka)

Paul for kids

É quase desnecessário dizer que quando fui ao show do Paul McCartney (21/12 em São Paulo), me deparei com um público extremamente variado. Como diz minha mãe, tinha gente “de mamando a caducando”. Tiozões, famílias inteiras, playboys e até fãs.

Nas 5 horas que passei na fila mais as 4 na pista, tive um bom tempo para fazer exercícios de abstração. Ficava olhando as pessoas e imaginando quais que estavam lá unicamente pelo fato de um Beatle estar no Brasil, quais estavam pelas músicas dos Beatles, quais seriam fãs da carreira solo do Paul, fãs do Wings ou curiosos (quem paga 300 paus por curiosidade merece tortura chinesa, mas tudo bem).

Eu estava com mais dois amigos, conversamos com poucas pessoas na fila, sabe como é, bichos do mato, anti-sociais e tal... Ao nosso redor havia um rapaz da nossa idade (25 anos, mais ou menos), um outro da mesma idade, argentino, um homem, já na casa dos 40, junto com o pai, e algumas garotas de uns 19 anos. Não conversei o suficiente para saber os reais motivos de estarem ali, considerando que o amor pelos Beatles era unanimidade.

Havia também um rapaz argentino e duas garotas adeptas do veganismo. Ah é, também tinha o público fã das causas defendidas pelo Paul, vegetariano atuante. Não compartilho, mas respeito a ideologia e a dieta vegana, no entanto, confesso que fiquei um pouco perplexo em ver as garotas comendo grão de bico em caixinha durante a espera na fila. Fiquei imaginando que um vegano não sobreviveria no interior de São Paulo, onde vivo. Das três uma: morreria de fome, abandonaria a filosofia, ou comeria presunto escondido.

Já dentro do QG dos bambi Morumbi, ficamos ao lado de um grupo com 6 pessoas, 5 garotas, muito bonitas, e um garoto. Imaginei que tivessem uns 15 anos, mas ouvi de relance conversas sobre ir à faculdade segunda-feira, então imagino que tenham uns 17, não mais que isso.

Até interagimos um pouco com eles, mas a sensação de tiozões não nos permitiu prosseguir muito a conversa. Como o espaço estava bastante limitado, era inevitável escutar conversas alheias. Ouvi duas das garotas conversando sobre terem ido ao show da Maria Cecília e Rodolfo. Exercício de abstração mode on. Pensei: “o que fazem aqui? Estão pelos Beatles? Ganharam o convite?”.

Eis que em dado momento, uma das garotas começou a cantarolar “A Day In The Life”, e em seguida todas cantando “Give Peace A Chance” como quem canta Ivete Sangalo em uma micareta (você leu direito, eu escrevi “A Day In The Life” e “Give Peace A Chance”, e não “Twist And Shout” e “Yesterday”). Como as duas músicas são tocadas em um número só na turnê atual do Paul, pensei que elas poderiam apenas ter “ensaiado” o repertório, mas pensando melhor, acho isso possível, mas pouco provável.

Em outro momento, tocava Wilco nas caixas de som, não me lembro a música, mas uma das garotas perguntou para a outra: “que som legal, de quem será que é?”. Não sei porque não respondi, depois me arrependi de não ter contribuído para o bom gosto de nossa juventude.

Sei que fiquei pensando nisso depois. Estaríamos diante de uma juventude capaz de gostar (quando digo gostar é gostar mesmo, não só ouvir ou tolerar) ao mesmo tempo de Maria Cecília e Rodolfo, Luan Santana, Restart, Radiohead, Wilco e Beatles? É claro que isso é praticamente um estudo de caso picareta, estou tratando uma rodinha de garotas como toda uma geração. De toda forma, foi bom saber que existe esse nível de diversidade, não sei ainda se isso é bom ou ruim. E você, o que acha?

Público jovem presente no show

domingo, 12 de dezembro de 2010

O fim da diversão semanal


Na última semana fui pego de surpresa com o anúncio do fim de um clássico programa da TV brasileira. Custei a crer, afinal, mesmo não tendo mais aquele impacto que tinha lá nos 90, ainda era uma alternativa de boa audiência para a emissora.

Meu envolvimento com esse programa começou de forma avassaladora, como era semanal tinha que esperar intermináveis seis dias para voltar a apreciar seu rico conteúdo. É claro que ao longo do tempo seu formato foi cansando, aquilo que me prendia a atenção nos primeiros anos passou a ficar cada vez mais sem graça, mas eu não poderia de forma alguma virar as costas para aquele programa que foi meu fiel companheiro por tantos anos.

Em alguns momentos o programa passou a se tornar chacota na roda de amigos, e eu ali calado tendo de engolir a seco todas as piadinhas. No fundo eu sabia que as gozações tinham fundamento, mas aquilo ainda me incomodava. Afinal eles sempre foram criativos na forma como passavam uma mensagem através da comédia.

Dizem que o formato ficou ultrapassado, parou no tempo. E ainda mais com a chegada, anos depois, da internet e da TV a cabo, novos formatos se desenvolveram, alguns muito ousados e posso dizer que até apelativos. Era a receita pronta. Caiu no gosto da garotada, que não entendia como alguém da minha idade poderia ainda ter algum tipo de admiração por aquele programa arcaico dos anos 90, com tanta coisa nova a disposição.

Era o que tínhamos, não sei se os jovens de hoje vão entender. Eu só sei que para aquele momento era muito bom. Tinha inclusive algumas participações, a moça era linda, não sei por qual motivo de tempos em tempos ela era trocada, sempre vinha uma mais linda que a outra, tão bela que nem dava tempo de sentir saudades da “antiga”.

Voltando a falar do anúncio do fim do programa a partir desse mês dezembro, ouvi e li alguns comentários comemorando sua extinção, alguns diziam: “Já vai tarde”, outros, em sites especializados vibravam: “ainda bem que esse programa ridículo e totalmente sem graça vai acabar.”

Os comentários a favor do programa foram quase que inexistentes, foi por isso que decidi fazer a minha homenagem aqui a ele. E dizer que pode ser verdade todos os comentários e análises sobre ele, mas ele sempre será marcante na minha vida adolescente.

Portanto, fica aqui minha admiração por você. Muito obrigado Cine Privê.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nunca antes no estômago desta cidade

por Diego Fernandes*



Responda rápido: Você fica com fome quando ouve falar em comida?

Não sei qual foi sua resposta, mas nesta noite a minha é não! Jamais senti uma raiva como essa. E não é por preguiça de trabalhar não, gosto muito do que eu faço.

Vamos contextualizar. 41ª Sessão Ordinária da Câmara dos Vereadores de Araçatuba. Em pauta, 7 projetos a serem votados pelos representantes do povo.

Nada de mais. Alguns projetos que alteram o regimento interno da casa, outros que aumentam ainda mais o prazo pras comissões montadas realizarem o que já deviam ter feito a muito tempo, essas coisas.

Mas, parafraseando meu amigo Alex, esta aqui é uma verdadeira palhaçada!

Projeto de lei de autoria do Executivo Municipal, que institui o Caldo do Artista como prato típico da cidade de Araçatuba!

Araçatuba como a cidade do Cupim Casqueirado!

Ótimo, lindo, perfeito, delicioso, eu diria, não!?

Não!

O que isso vai mudar na minha vida?
Porque ninguém, nos meses anteriores as eleições, tem a brilhante ideia da seguinte propaganda política:

“Olá, vote em mim, nossa cidade precisa de mais pratos típicos. Vote com a cabeça e o paladar. Fulano de tal, vereador, com Ciclano Prefeito e Beltrano vice”.

O dia que eu ver algo como isso no horário eleitoral, respeitarei um projeto como esse. Sou adepto da sinceridade.

Nesta noite dormirei sabendo que Araçatuba tem o melhor cupim do país. Ana Maria Braga que falou, olha só.

Fico imaginando o que pensaria Ruffus, o lenhador, após machucar suas patas de borracha em mais uma cratera da cidade, sabendo que ao invés de resolverem o seu problema e de seus amigos veículos automotores, ficam querendo saber se o cupim fica melhor em fogo baixo ou alto.

É pra isso, que precisamos de mais 9 vereadores em 2012. Pra termos mais paladares “aprovantes” de projetos como este!


Putos!

Vereadores votando a favor do cupim


*Esse relato foi cortesia do camarada Diego Fernandes. Jornalista, repórter de rádio e comentarista esportivo de primeira.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

definitivamente
não tenho saco
pra esse tipo de amor que ocorre por aí
essa aflição de querer
e não saber se é ou não querido
esses joguinhos de sedução de baile de sábado
essas cantadas de revistas de salão
essa coisa olhar 43

não tenho saco mesmo
não acho que sedução seja arte
porque, se fosse,
eu já teria tido mais de mil namorados

só tenho saco para o amor declarado
(quero um que caia aos meus pés
e deixe isso bem claro
porque da minha parte, idem)

é assim que tem que funcionar:
amor tem que ser espontâneo
antes mesmo de sê-lo

e quero ter a mira boa
para evitar intempéries
próprias de situações sem sucesso e sem tanto encanto
essas situações de espanto
de quando não se tem saco pra mistérios de amor

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Perfil não-autorizado de Márcio Anix


Márcio Anix é membro honorário deste blog. Mais conhecido como Marcin por amigos e inimigos, anunciamos de antemão que dificilmente haverá colaborações dele por aqui. Pela simples razão de que o rapaz sofre de bloqueios redacionais.

Ele simplesmente não consegue ser ele mesmo quando escreve. Só quando bebe. Mas como ele bebe o suficiente para entorpecer a coordenação motora, impossível lhe pedir para que escreva ébrio. Provavelmente escreveria em outra língua ou apenas vomitaria no teclado de seu computador.

Você agora deve estar pensando “quem é esse puto?”. É difícil responder tal pergunta. O mesmo que dimensionar uma lenda viva, um mito. Por ele ser o padrinho deste emporcalhado blog, você pode deduzir algumas características.

A primeira delas é a anarquia. Diz a lenda que nos tempos de faculdade, quando iniciou um estágio, ele simplesmente adentrou no laboratório com um extintor de incêndios em mãos só para causar uma “boa impressão”.

Sabe o Will Ferrell? Por algum tempo foi especulado que talvez o comediante fosse o irmão gêmeo perdido dele. Detalhes biográficos confirmam, por outro lado, que o personagem Frank, o Tanque, foi inspirado em histórias mal-explicadas de sua vida.


Márcio Anix e sua última namorada

Marcin fez jornalismo, mas serviu bons anos como um trabalhador braçal. Com uma ironia do destino, foi obrigado a deixar de lado a anarquia das calças largas em jeans para adequar-se ao padrão mauricinho requerido pelo seu novo cargo concursado num banco.

Meio sortudo no jogo - principalmente em partidas de futebol pelo videogame -, e azarado no amor - tomou chutes na bunda quando se envolveu demais, alimentou o rancor de muitas outras quando se envolveu de menos. Ele sabe que a vida não deve ser levada muito a sério e, por isso, se recusa com veemência a incorporar qualquer tipo para ser um ator em sociedade.


Nosso membro honorário e seu amor corintiano

Em uma conversa de bar, não tem melindres e nunca deixa escapar papos insólitos ou escrotos. É capaz de discutir doenças venéreas em uma roda de garotas e até de catalogar novos tipos moléstia, como a já clássica “fimose hepática”.

É também dono de um dicionário muito particular. Não estranhe se qualquer dia alguém se referir a uma meia-soquete como “meia-boquete”, falar “pau me toque” ao invés de palm top, trocar escrúpulos por crepúsculos ou referir-se ao Vítor Belfort no videogame como Vítor Bem Forte. No dia em que essas palavras forem oficializadas, o Aurélio estará aposentado.

Márcio Anix curte rock n’ roll. Adepto incondicional do bate-cabeça, é capaz de perder alguns minutos do seu dia para aprender novas técnicas da slam-dance pelo Youtube. É fã de Ramones, mas conhece de cor todas as canções pagodeiras de grupos como o Raça Negra, a quem ele gentilmente denomina de músicas para churrasco.

Márcio Anix é meio pobre, mas fica rico quando bebe. Se empolga tanto em baladas que não raro você o vê pagar cervejas para a mulherada e aos amigos, como se fosse o dono do lugar a gritar: “hoje é por conta da casa”.

Ele tem um carro chamado Rufus, o lenhador. O apelido foi dado em tributo após o  automóvel destruir uma árvore de calçada após um reconfortante cochilo ao volante.

Quando bebe demais, ele liga para mulheres desconhecidas do seu celular no intuito de marcar encontros fortuitos. Quando não bebe suficiente, se frustra ao ponto de ficar ainda mais bêbado, capaz de gestos fúteis como: 1) mostrar sua bunda gorda pela janela do carro. 2) comprar um repolho na feira e ostentá-lo como se fosse o troféu de uma São Silvestre.


Marcin e sua receita secreta para manter a forma: repolho for breakfast

Se Charlie Sheen não tivesse proferido tão sábias palavras ao longo das temporadas de Two and a Half Men, pode ter certeza que você um dia ouviria elas sendo usadas com propriedade por Márcio Anix: “vou para um lugar onde as garrafas são cheias e as mulheres vazias”. A isso ele chamaria de paraíso.


*


Marcin concentrado no expediente do seu antigo trampo:


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Torcida imbecil



A torcida do São Paulo protagonizou neste campeonato brasileiro a maior imbecilidade da sua história. É deplorável acompanhar uma torcida indo ao estádio e torcer pela derrota do seu time.

O jogo de Barueri contra o Fluminense ficará marcado pelo menos na minha memória como o fim da magia de torcedor. Como a imbecilidade humana pode chegar a níveis tão asquerosos?

Torcedores no estádio, com a camisa do seu clube, comemorando os gols tomados como se fossem a final de um mundial de clubes. Não me preocupo em entrar na discussão se os jogadores dentro de campo entregaram a partida ou não, até que alguém venha a público afirmar com todas as letras se houve ou não, essa história vai ficar o dito pelo não dito.

O que eu não admito é a torcida de um time torcendo descaradamente contra seu próprio clube. Prometi que não iria falar sobre isso, pois me dá asco, mas não resisti. Estava dormindo, no momento dessa escrita os ponteiros do relógio já passam das 5 e meia da manhã, tive que levantar e vir até aqui vomitar essas palavras.

Quem torce pelo São Paulo e comemorou os gols sofridos diante do Fluminense devem ser classificados como vagabundos, canalhas, ordinários, sem caráter. Essa é mesma torcida que boicotou o atacante Grafite anos atrás por fazer 2 gols contra o Juventus e assim salvar o Corinthians do rebaixamento no Campeonato Paulista.

O pior da história foi ver os pequenos torcedores “mascotes” – aqueles que entram com os jogadores em campo – gritando Fluminense no túnel de acesso ao gramado. Inflamados claro pelos jovens e adultos desgraçados.

Os pilantras que tiveram essa atitude para que o Corinthians não seja campeão mancharam de vez, para mim, a história dessa torcida. Eles não têm mais direito algum de vaiar quando o time fizer pífias apresentações, vão ter que se calar e engolir a seco pois torcida medíocre merece time medíocre.

Todos os torcedores sãopaulinos terão de conviver com esse borrão em uma história que infelizmente não há mais um Grafite para escrever da forma correta.

Ainda bem que o Mestre Telê não está mais por aqui, pois se estivesse sentiria um desgosto profundo por essa torcida que ele tanto admirou.

Vale lembrar que todas as críticas feitas acima valem também e até em um tom mais agressivo aos torcedores do Palmeiras que no mesmo local – Arena Barueri – além de terem ido lá torcer contra o seu próprio time, ameaçou de forma covarde seus jogadores principalmente o atacante Dinei e o goleiro Deola.

Bando de bandidos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Smashing Pumpkins no Planeta Terra.
Sem voltar à estaca zero

(thejamminjabber.com)

Possivelmente o Smashing Pumpkins foi a banda que levou maior número de fãs ao Playcenter no último sábado (20), para o Planeta Terra Festival. Confesso que era minha maior expectativa entre os shows. Logicamente não esperava ver aquele Smashing Pumpkins clássico, com um Billy Corgan vestindo capas pretas (estilo Darth Vader), furioso, despejando clássicos e desconstruindo com autoridade pérolas do seu repertório (já vi umas 4 versões ao vivo diferentes de “Bullet With Butterfly Wings”, uma mais incrível que a outra), mas esperança é a última que morre, não?


Afinal, na formação clássica do grupo, mesmo com James Iha sendo um bom guitarrista, D’arcy quebrando o galho no baixo e nos gemidos (não, aquilo não era canto) e Jimmy Chamberlin dando aula de como se tocar bateria, o Smashing Pumpkins foi, é, e sempre será fruto da mente de Billy Corgan. Mas agora, a banda soa como Tio Corgan e seus estagiários. O baterista, Mike Byrne, de 20 anos, parece ter saído dos Hanson; no quesito baixista não há muito o que dizer, pois muitos marmanjos saíram apaixonados por Nicole Fiorentino, responsável pelas 4 cordas graves dos Pumpkins; e na guitarra, Jeff Schroeder, um cara de olhos puxados. Não, não é piada.


Mike Byrne
As origens de Mike Byrne
  
O show começou com uma inédita “The Fellowship”. Boa. Aliás, a nova leva de músicas deles é bem interessante. Seguiu com a “tanto-faz-como-tanto-fez”, “Lonely Is The Name” e, enfim, o primeiro clássico, “Today”, fazendo com que a nostalgia anos 90 pulsasse forte. Outra nova, “Astral Planes”, antecedeu o ponto alto do monótono disco Adore, “Ava Adore”, que ao vivo cresce com guitarras em primeiro plano. Em seguida, “Song For A Son”. Balada recente. Talvez a melhor da nova safra. Perde um pouco da força sem o piano e o violão, que pontuam toda a música em estúdio, mas ainda assim é uma boa canção. 

Jeff Schroeder, atual guitarrista

James Iha, o antigo


“Bullet With Butterlfly Wings” entrou rasgando, mas para quem já viu ela de tantas formas, boas, na ocasião pareceu tocada com desleixo, faltou tesão. Em seguida, “Tarantula”, talvez a única faixa digna de nota do album Zeitgeist, veio matadora. Até que acontece a maior atrocidade do show, e talvez do festival todo. A música “United States”, que em estúdio já era pura punheta, ao vivo alcança níveis apocalípticos. Uma sequência interminável de solos ruidosos e berros idiotas, e ainda um arghhhhh, solo de bateria. Aliás, fica o conselho, se você não é John Bonham ou, sei lá... Keith Moon, ou até Jimmy Chamberlin, jamais faça um solo de bateria, ao menos que antes se certifique que ninguém está ouvindo. E ainda ficou claro que o Macaulay Culkin das baquetas precisa comer muito arroz com feijão para chegar aos pés de Chamberlin. 


Ahh... Nicole Fiorentino

Depois do pesadelo, para quem suportou sem ir embora, claro, veio a boa nova “Spangled” e “Drown” emendada com “Shame”. Aí então, veio o momento que valeu a pena no show (ou talvez tenha gostado em comparação a modorrenta “United States”), mesmo sem um vigor lá muito invejável. “Cherub Rock”, seguida de “Zero”, com um final modificado que me lembrou o velho Pumpkins. “Stand Inside Your Love” e a incrível “Tonight, Tonight”, que mesmo sem o belíssimo arranjo de cordas (ou um teclado para emulá-lo) ficou bonita. 


Termina o show, mas tem bis. “Heavy Metal Machine”, que já vi (em vídeo, claro) destruidora ao vivo. Não foi ruim, mas o show terminou aí, agora em definitivo. Mas e “Disarm”? e “Perfect”? e “1979”? porra Corgan!!! é, não dá para confiar em um cara que até ontem tocava com uma camiseta escrita Zero e hoje aparece com um escrita Nature. Volta pra tumba, Nosferatu! 


Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Precisa de título?



Achei que me livraria de escrever um texto introdutório, mas parece que não. Disseram-me que era bom fazer, e eu fiz. Eu tenho com o blog um trato de dead line infinito, que ainda não está funcionando muito bem. Mas eu não vou reclamar, porque me deixaram escrever o que eu quiser aqui, até poemas de mulherzinha.

Introduções são perigosas. Se mal escritas, já condenam tudo o que há por vir. Então eu resolvi introduzir sem introduzir. Vou chamar de apresentação, porque eu sou xarope.

Vamos lá.

Eu não tive o “sonho inicial” do Trabuco. Sou uma mera mortal convidada e, figura facinha, aceitei logo. Esse povinho todo, cujos nomes estão ali à direita, conheço bem. Essa patota... É tudo gente com pose de durão e indie, mas coração mole. Somos projétil do mesmo trabuco.

Eu gosto de escrever e é isso. Faço por prazer. Faço na hora que me dá vontade. Por isso meu trato de dead line infinito. Quando escrevo por obrigação, a coisa se torna um porre e não sai nada de aproveitável, nada que se absorva.

Sou jornalista por formação acadêmica, mas não me assumo muito jornalista. Prefiro dizer que sou cronista, poeta... soa mais bonito.

O lance aqui vai ser focar uma realidade desbaratinada, por meio de poemas, perfis, crônicas, falando de arte, metendo o pau ou rasgando seda pra quem eu achar que merece mesmo, e falando de gente. Porque falar de arte me dá sustância e falar de gente me dá barato.

Enfim. Meu texto sou eu nua. É assim que eu argumento, é assim que eu brigo, é assim que eu elogio, é assim, escrevendo, que mostro o que vai dentro desse corpinho mole. Minha palavra escrita é a minha verdade. Quer quiser, que conteste. Atreva-se!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Velhos amigos


Eles sempre fizeram parte da minha infância. Era entrar pela porta da sala, que eles eram os primeiros a serem vistos, acomodados na estante, na sua humilde condição de simples objetos de decoração. Até então, os livros velhos da minha avó eram vistos assim, como uma coisa que sempre esteve ali. Sabia para o que eles serviam, claro, e sabia que eles já tinham sido destrinchados por quase todas as pessoas da minha família. Livros cheios de história.

Um dia, pela manhã, parei em frente à estante e decidi que era hora de começar a espirrar com a poeira acumulada naquelas folhas amareladas. “Deus Protege os que Amam”, de Johannes Mario Simmel, era o título da relíquia que peguei por curiosidade. A capa era bonita! Não sei se é a mesma curiosidade que me move até hoje na busca por histórias fantásticas, mas sei que foi ela quem me fez espirrar com o mofo e me fez nunca mais sair da frente daquela estante. Livros cheios de encanto.

O livro, que muitos podem jurar ser sobre alguma religião, ou pior, de auto-ajuda, é um romance policial, com um quê de investigação, aventura e intrigas. A minha paixão pela trama foi tanta, que em dois dias, depois de parar de comer, dormir e tomar banho só para não perder o precioso tempo de leitura (drama?), já tinha viajado por todas as suas senhoras páginas. Pra mim, aquele momento, de ter lido um livro velho, provavelmente esquecido ali, era o meu passaporte para algum lugar distante, meio clandestino, quase uma Terra do Nunca. Me lembro de ter ficado horrorizada em um dos trechos eróticos do livro e de ter ficado decepcionada quando perguntava para alguma de minhas amigas se elas já conheciam a história.

Após essa etapa, fui ficando mais resistente aos fungos, poeira, mofo, traças... Sempre ficava em frente à estante e perguntava: “vó, qual livro eu leio?”. Quando ela não contava o final sem querer, acatava a sugestão dela. E lá ia eu de novo! Os espirros foram ficando na lembrança, assim como cada personagem, e a minha vontade de descansar os meus olhos nas páginas desbotadas, velhas de guerra, virou uma obsessão.

Os livros velhos da minha avó foram sequestrados por mim, e se tornaram os meus livros velhos. Os mesmo que serão ignorados por sua condição deplorável por algum futuro filho, sobrinho ou neto. Aos poucos fui levando um a um para a minha estante nova de guardar bagunças. Hoje eles são maioria, confesso. Alguns são heranças de família, outros vieram de sebos humildes do centro da cidade. Mas todos, sem exceção, são melhores do que qualquer página branquinha de um livro novo. Livros com história, mas sem encanto.




Em todos esses anos nunca tinha percebido a importância que uma obra antiga poderia ter. Sempre guardei esses livros como se fossem herdeiros de memória. Recentemente descobri que eles são mais que isso, eles carregam a memória das pessoas que leram primeiro que você. Imagino a minha mãe, por exemplo, lendo um desses livros, o que ela estava vivendo na época, a delicadeza que virava as suas páginas, o suco de laranja derrubado sem querer em uma página. O livro velho carrega em sua magnitude um ar de “sobrevivi ao tempo, então me respeite”.

Os meus livros velhos me fizeram entender que eles não são objetos de decoração da sala da minha avó. Hoje eles são objetos de coração. Ler histórias nessas criaturas mágicas é como se eu assoprasse o pó de cima de um baú velho, abrisse a sua tampa danificada e resgatasse do seu interior tesouros valiosíssimos. Se aventurar nessas folhas borradas pelo tempo, pode ser uma boa oportunidade de espirrar bastante, mas pode ser a chance que você esperava para ter em mãos a sabedoria que só um livro velho tem.


Asilo dos livros velhos, misturados com alguns novos. Junto com eles, a revista Jornal das Moças, de 1958.


sábado, 13 de novembro de 2010

Impressões de um adolescente sobre um filme de peso



A sala não está muito cheia. Foi a primeira coisa que pensei quando entrei no cinema. Ah, já ia me esquecendo, meu nome é João e tenho 16 anos. Um típico rapaz cinéfilo de classe média. Achei estranho o público não ser tão numeroso, pois o filme tem apelo popular, e, acima de tudo, é muito importante que seja assistido pela juventude. Sabe como é, para sacar melhor as coisas. Mas talvez não esteja lotado porque demorei um pouco para ver, achei melhor esperar passar a estréia.

Antes de assistir o filme, já o considerava fundamental para o estado de espírito de um jovem de 16 anos. Cheios de dúvidas e rebeldias mal resolvidas. Além é claro, do momento atual da juventude brasileira, onde nossas escolhas são fundamentais para a boa convivência em sociedade nos próximos anos.

O diretor não tem uma filmografia muito extensa, pensei, mas isso não é problema, toda a vibração que o filme prometia era o suficiente para me deixar empolgado. O protagonista também era um grande atrativo, afinal acho o tipo de personagem perfeito para o ator.  

Ainda sobre o ator principal, após ver o filme, curti muito a forma como ele interpretou toda a mudança do personagem durante o longa, a maneira como ele passa a pensar diferente no final da história e ainda é alçado, pelos espectadores a um status quase de super-herói.



Além dos personagens principais, o que dizer dos atores coadjuvantes que interpretaram policiais! Fantásticos! um deles, considero como uma grande revelação. O cara estava presente nas cenas mais insanas do filme.

Só temo, um pouco, que entendam o filme errado (jovem é cheio disso!). Não vai ser legal a molecada ser influenciada erroneamente, e sair fazendo cagadas por aí. Pô galera, não vamos estragar nossa juventude nessa fase tão importante da nossa vida!

Confesso que esperava menos confusão na história, não que eu esteja reclamando, mas chega uma hora em que o negócio fica embolado de um jeito que você pensa que não vai resolver mais. A cena final é, de alguma forma, redentora, mas faz você sair do cinema pensando. Reavaliando seus caminhos, procurando ter certeza de que está indo no rumo certo.

Sei que no final das contas gostei muito do filme. Boa direção, bom elenco e bom enredo. Bastante intenso. Volto a dizer que, acima de tudo, a história é fundamental para garotos da minha idade, recomendo. Agradeço o espaço que o Trabucada me cedeu e me despeço dizendo que fiquei muito feliz de exercitar minha escrita dando minha opinião sobre esse filme tão importante para minha saída da adolescência, o filme “SuperbadÉ Hoje”.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma trabucada no Nariz de Cera


Longas e proveitosas conversas no saudoso estúdio da Rádio Toledo no intervalo das aulas, momentos históricos no consagrado “ex banco nosso de todos os dias”, ou até mesmo no QG do Jornalismo situado à rua Porangaba, regado a muito gulosão. Todos esses elementos contribuíram para o surgimento deste espaço pelo qual fico muito contente em ter sido convidado a fazer parte. Que bela trabucada hein?!?!

Quando os primeiros escritos eram produzidos anos trás a fama dele era incontestável. Suas palavras ricas, bem formuladas, e aquela introdução rebuscada cheia de pirotecnia eram apreciadas sem a menor moderação, mas ao passar dos anos e a necessidade de renovação fez com que ele, o nariz de cera, mudasse afinal, era hora de mudar... mudar... ou... mudar.

O responsável por isso? Não sei... dizem que é a vaidade, ou até mesmo uma forma de se enquadrar na tal modernidade. Com a forma que o consagrou de várias formas o levaram vários a cair em polêmicas até hoje não superadas e até o apelido “Nariz de cera” foi dado ele. Há quem prefira a sua forma rebuscada, clássica, inicial. Existe a corrente que acredita que o bom mesmo era o do passado.

A resistência nos últimos tempos ao nariz de cera ficou cada vez mais forte mas ainda existem seus fiéis e fanáticos seguidores, mas a sua “vida marginal” o atrapalhou e o pobre nariz de cera teve de viver na quase na clandestinidade, escondido por aí, deve ter ido para a terra do nunca. Ele foi perseguido, teve seu nome estampado com o vermelho mais vermelho dos vermelhos nas principais redações do planeta.

Bom, após praticamente uma lauda sobre o nariz de cera, vou dizendo que sempre tive dificuldade em aceitar sua posição, acho que não aceito até hoje. Não sou contra o senhor nariz de cera, tenho até certa simpatia pela sua importância, mas agora já era o que foi não volta mais, está morte e enterrado.

Descanse em paz, nariz de cera. Junto ao seu dono, Michael Jackson.

Até a próxima trabucada, canalhas.