terça-feira, 30 de novembro de 2010

Torcida imbecil



A torcida do São Paulo protagonizou neste campeonato brasileiro a maior imbecilidade da sua história. É deplorável acompanhar uma torcida indo ao estádio e torcer pela derrota do seu time.

O jogo de Barueri contra o Fluminense ficará marcado pelo menos na minha memória como o fim da magia de torcedor. Como a imbecilidade humana pode chegar a níveis tão asquerosos?

Torcedores no estádio, com a camisa do seu clube, comemorando os gols tomados como se fossem a final de um mundial de clubes. Não me preocupo em entrar na discussão se os jogadores dentro de campo entregaram a partida ou não, até que alguém venha a público afirmar com todas as letras se houve ou não, essa história vai ficar o dito pelo não dito.

O que eu não admito é a torcida de um time torcendo descaradamente contra seu próprio clube. Prometi que não iria falar sobre isso, pois me dá asco, mas não resisti. Estava dormindo, no momento dessa escrita os ponteiros do relógio já passam das 5 e meia da manhã, tive que levantar e vir até aqui vomitar essas palavras.

Quem torce pelo São Paulo e comemorou os gols sofridos diante do Fluminense devem ser classificados como vagabundos, canalhas, ordinários, sem caráter. Essa é mesma torcida que boicotou o atacante Grafite anos atrás por fazer 2 gols contra o Juventus e assim salvar o Corinthians do rebaixamento no Campeonato Paulista.

O pior da história foi ver os pequenos torcedores “mascotes” – aqueles que entram com os jogadores em campo – gritando Fluminense no túnel de acesso ao gramado. Inflamados claro pelos jovens e adultos desgraçados.

Os pilantras que tiveram essa atitude para que o Corinthians não seja campeão mancharam de vez, para mim, a história dessa torcida. Eles não têm mais direito algum de vaiar quando o time fizer pífias apresentações, vão ter que se calar e engolir a seco pois torcida medíocre merece time medíocre.

Todos os torcedores sãopaulinos terão de conviver com esse borrão em uma história que infelizmente não há mais um Grafite para escrever da forma correta.

Ainda bem que o Mestre Telê não está mais por aqui, pois se estivesse sentiria um desgosto profundo por essa torcida que ele tanto admirou.

Vale lembrar que todas as críticas feitas acima valem também e até em um tom mais agressivo aos torcedores do Palmeiras que no mesmo local – Arena Barueri – além de terem ido lá torcer contra o seu próprio time, ameaçou de forma covarde seus jogadores principalmente o atacante Dinei e o goleiro Deola.

Bando de bandidos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Smashing Pumpkins no Planeta Terra.
Sem voltar à estaca zero

(thejamminjabber.com)

Possivelmente o Smashing Pumpkins foi a banda que levou maior número de fãs ao Playcenter no último sábado (20), para o Planeta Terra Festival. Confesso que era minha maior expectativa entre os shows. Logicamente não esperava ver aquele Smashing Pumpkins clássico, com um Billy Corgan vestindo capas pretas (estilo Darth Vader), furioso, despejando clássicos e desconstruindo com autoridade pérolas do seu repertório (já vi umas 4 versões ao vivo diferentes de “Bullet With Butterfly Wings”, uma mais incrível que a outra), mas esperança é a última que morre, não?


Afinal, na formação clássica do grupo, mesmo com James Iha sendo um bom guitarrista, D’arcy quebrando o galho no baixo e nos gemidos (não, aquilo não era canto) e Jimmy Chamberlin dando aula de como se tocar bateria, o Smashing Pumpkins foi, é, e sempre será fruto da mente de Billy Corgan. Mas agora, a banda soa como Tio Corgan e seus estagiários. O baterista, Mike Byrne, de 20 anos, parece ter saído dos Hanson; no quesito baixista não há muito o que dizer, pois muitos marmanjos saíram apaixonados por Nicole Fiorentino, responsável pelas 4 cordas graves dos Pumpkins; e na guitarra, Jeff Schroeder, um cara de olhos puxados. Não, não é piada.


Mike Byrne
As origens de Mike Byrne
  
O show começou com uma inédita “The Fellowship”. Boa. Aliás, a nova leva de músicas deles é bem interessante. Seguiu com a “tanto-faz-como-tanto-fez”, “Lonely Is The Name” e, enfim, o primeiro clássico, “Today”, fazendo com que a nostalgia anos 90 pulsasse forte. Outra nova, “Astral Planes”, antecedeu o ponto alto do monótono disco Adore, “Ava Adore”, que ao vivo cresce com guitarras em primeiro plano. Em seguida, “Song For A Son”. Balada recente. Talvez a melhor da nova safra. Perde um pouco da força sem o piano e o violão, que pontuam toda a música em estúdio, mas ainda assim é uma boa canção. 

Jeff Schroeder, atual guitarrista

James Iha, o antigo


“Bullet With Butterlfly Wings” entrou rasgando, mas para quem já viu ela de tantas formas, boas, na ocasião pareceu tocada com desleixo, faltou tesão. Em seguida, “Tarantula”, talvez a única faixa digna de nota do album Zeitgeist, veio matadora. Até que acontece a maior atrocidade do show, e talvez do festival todo. A música “United States”, que em estúdio já era pura punheta, ao vivo alcança níveis apocalípticos. Uma sequência interminável de solos ruidosos e berros idiotas, e ainda um arghhhhh, solo de bateria. Aliás, fica o conselho, se você não é John Bonham ou, sei lá... Keith Moon, ou até Jimmy Chamberlin, jamais faça um solo de bateria, ao menos que antes se certifique que ninguém está ouvindo. E ainda ficou claro que o Macaulay Culkin das baquetas precisa comer muito arroz com feijão para chegar aos pés de Chamberlin. 


Ahh... Nicole Fiorentino

Depois do pesadelo, para quem suportou sem ir embora, claro, veio a boa nova “Spangled” e “Drown” emendada com “Shame”. Aí então, veio o momento que valeu a pena no show (ou talvez tenha gostado em comparação a modorrenta “United States”), mesmo sem um vigor lá muito invejável. “Cherub Rock”, seguida de “Zero”, com um final modificado que me lembrou o velho Pumpkins. “Stand Inside Your Love” e a incrível “Tonight, Tonight”, que mesmo sem o belíssimo arranjo de cordas (ou um teclado para emulá-lo) ficou bonita. 


Termina o show, mas tem bis. “Heavy Metal Machine”, que já vi (em vídeo, claro) destruidora ao vivo. Não foi ruim, mas o show terminou aí, agora em definitivo. Mas e “Disarm”? e “Perfect”? e “1979”? porra Corgan!!! é, não dá para confiar em um cara que até ontem tocava com uma camiseta escrita Zero e hoje aparece com um escrita Nature. Volta pra tumba, Nosferatu! 


Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Precisa de título?



Achei que me livraria de escrever um texto introdutório, mas parece que não. Disseram-me que era bom fazer, e eu fiz. Eu tenho com o blog um trato de dead line infinito, que ainda não está funcionando muito bem. Mas eu não vou reclamar, porque me deixaram escrever o que eu quiser aqui, até poemas de mulherzinha.

Introduções são perigosas. Se mal escritas, já condenam tudo o que há por vir. Então eu resolvi introduzir sem introduzir. Vou chamar de apresentação, porque eu sou xarope.

Vamos lá.

Eu não tive o “sonho inicial” do Trabuco. Sou uma mera mortal convidada e, figura facinha, aceitei logo. Esse povinho todo, cujos nomes estão ali à direita, conheço bem. Essa patota... É tudo gente com pose de durão e indie, mas coração mole. Somos projétil do mesmo trabuco.

Eu gosto de escrever e é isso. Faço por prazer. Faço na hora que me dá vontade. Por isso meu trato de dead line infinito. Quando escrevo por obrigação, a coisa se torna um porre e não sai nada de aproveitável, nada que se absorva.

Sou jornalista por formação acadêmica, mas não me assumo muito jornalista. Prefiro dizer que sou cronista, poeta... soa mais bonito.

O lance aqui vai ser focar uma realidade desbaratinada, por meio de poemas, perfis, crônicas, falando de arte, metendo o pau ou rasgando seda pra quem eu achar que merece mesmo, e falando de gente. Porque falar de arte me dá sustância e falar de gente me dá barato.

Enfim. Meu texto sou eu nua. É assim que eu argumento, é assim que eu brigo, é assim que eu elogio, é assim, escrevendo, que mostro o que vai dentro desse corpinho mole. Minha palavra escrita é a minha verdade. Quer quiser, que conteste. Atreva-se!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Velhos amigos


Eles sempre fizeram parte da minha infância. Era entrar pela porta da sala, que eles eram os primeiros a serem vistos, acomodados na estante, na sua humilde condição de simples objetos de decoração. Até então, os livros velhos da minha avó eram vistos assim, como uma coisa que sempre esteve ali. Sabia para o que eles serviam, claro, e sabia que eles já tinham sido destrinchados por quase todas as pessoas da minha família. Livros cheios de história.

Um dia, pela manhã, parei em frente à estante e decidi que era hora de começar a espirrar com a poeira acumulada naquelas folhas amareladas. “Deus Protege os que Amam”, de Johannes Mario Simmel, era o título da relíquia que peguei por curiosidade. A capa era bonita! Não sei se é a mesma curiosidade que me move até hoje na busca por histórias fantásticas, mas sei que foi ela quem me fez espirrar com o mofo e me fez nunca mais sair da frente daquela estante. Livros cheios de encanto.

O livro, que muitos podem jurar ser sobre alguma religião, ou pior, de auto-ajuda, é um romance policial, com um quê de investigação, aventura e intrigas. A minha paixão pela trama foi tanta, que em dois dias, depois de parar de comer, dormir e tomar banho só para não perder o precioso tempo de leitura (drama?), já tinha viajado por todas as suas senhoras páginas. Pra mim, aquele momento, de ter lido um livro velho, provavelmente esquecido ali, era o meu passaporte para algum lugar distante, meio clandestino, quase uma Terra do Nunca. Me lembro de ter ficado horrorizada em um dos trechos eróticos do livro e de ter ficado decepcionada quando perguntava para alguma de minhas amigas se elas já conheciam a história.

Após essa etapa, fui ficando mais resistente aos fungos, poeira, mofo, traças... Sempre ficava em frente à estante e perguntava: “vó, qual livro eu leio?”. Quando ela não contava o final sem querer, acatava a sugestão dela. E lá ia eu de novo! Os espirros foram ficando na lembrança, assim como cada personagem, e a minha vontade de descansar os meus olhos nas páginas desbotadas, velhas de guerra, virou uma obsessão.

Os livros velhos da minha avó foram sequestrados por mim, e se tornaram os meus livros velhos. Os mesmo que serão ignorados por sua condição deplorável por algum futuro filho, sobrinho ou neto. Aos poucos fui levando um a um para a minha estante nova de guardar bagunças. Hoje eles são maioria, confesso. Alguns são heranças de família, outros vieram de sebos humildes do centro da cidade. Mas todos, sem exceção, são melhores do que qualquer página branquinha de um livro novo. Livros com história, mas sem encanto.




Em todos esses anos nunca tinha percebido a importância que uma obra antiga poderia ter. Sempre guardei esses livros como se fossem herdeiros de memória. Recentemente descobri que eles são mais que isso, eles carregam a memória das pessoas que leram primeiro que você. Imagino a minha mãe, por exemplo, lendo um desses livros, o que ela estava vivendo na época, a delicadeza que virava as suas páginas, o suco de laranja derrubado sem querer em uma página. O livro velho carrega em sua magnitude um ar de “sobrevivi ao tempo, então me respeite”.

Os meus livros velhos me fizeram entender que eles não são objetos de decoração da sala da minha avó. Hoje eles são objetos de coração. Ler histórias nessas criaturas mágicas é como se eu assoprasse o pó de cima de um baú velho, abrisse a sua tampa danificada e resgatasse do seu interior tesouros valiosíssimos. Se aventurar nessas folhas borradas pelo tempo, pode ser uma boa oportunidade de espirrar bastante, mas pode ser a chance que você esperava para ter em mãos a sabedoria que só um livro velho tem.


Asilo dos livros velhos, misturados com alguns novos. Junto com eles, a revista Jornal das Moças, de 1958.


sábado, 13 de novembro de 2010

Impressões de um adolescente sobre um filme de peso



A sala não está muito cheia. Foi a primeira coisa que pensei quando entrei no cinema. Ah, já ia me esquecendo, meu nome é João e tenho 16 anos. Um típico rapaz cinéfilo de classe média. Achei estranho o público não ser tão numeroso, pois o filme tem apelo popular, e, acima de tudo, é muito importante que seja assistido pela juventude. Sabe como é, para sacar melhor as coisas. Mas talvez não esteja lotado porque demorei um pouco para ver, achei melhor esperar passar a estréia.

Antes de assistir o filme, já o considerava fundamental para o estado de espírito de um jovem de 16 anos. Cheios de dúvidas e rebeldias mal resolvidas. Além é claro, do momento atual da juventude brasileira, onde nossas escolhas são fundamentais para a boa convivência em sociedade nos próximos anos.

O diretor não tem uma filmografia muito extensa, pensei, mas isso não é problema, toda a vibração que o filme prometia era o suficiente para me deixar empolgado. O protagonista também era um grande atrativo, afinal acho o tipo de personagem perfeito para o ator.  

Ainda sobre o ator principal, após ver o filme, curti muito a forma como ele interpretou toda a mudança do personagem durante o longa, a maneira como ele passa a pensar diferente no final da história e ainda é alçado, pelos espectadores a um status quase de super-herói.



Além dos personagens principais, o que dizer dos atores coadjuvantes que interpretaram policiais! Fantásticos! um deles, considero como uma grande revelação. O cara estava presente nas cenas mais insanas do filme.

Só temo, um pouco, que entendam o filme errado (jovem é cheio disso!). Não vai ser legal a molecada ser influenciada erroneamente, e sair fazendo cagadas por aí. Pô galera, não vamos estragar nossa juventude nessa fase tão importante da nossa vida!

Confesso que esperava menos confusão na história, não que eu esteja reclamando, mas chega uma hora em que o negócio fica embolado de um jeito que você pensa que não vai resolver mais. A cena final é, de alguma forma, redentora, mas faz você sair do cinema pensando. Reavaliando seus caminhos, procurando ter certeza de que está indo no rumo certo.

Sei que no final das contas gostei muito do filme. Boa direção, bom elenco e bom enredo. Bastante intenso. Volto a dizer que, acima de tudo, a história é fundamental para garotos da minha idade, recomendo. Agradeço o espaço que o Trabucada me cedeu e me despeço dizendo que fiquei muito feliz de exercitar minha escrita dando minha opinião sobre esse filme tão importante para minha saída da adolescência, o filme “SuperbadÉ Hoje”.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma trabucada no Nariz de Cera


Longas e proveitosas conversas no saudoso estúdio da Rádio Toledo no intervalo das aulas, momentos históricos no consagrado “ex banco nosso de todos os dias”, ou até mesmo no QG do Jornalismo situado à rua Porangaba, regado a muito gulosão. Todos esses elementos contribuíram para o surgimento deste espaço pelo qual fico muito contente em ter sido convidado a fazer parte. Que bela trabucada hein?!?!

Quando os primeiros escritos eram produzidos anos trás a fama dele era incontestável. Suas palavras ricas, bem formuladas, e aquela introdução rebuscada cheia de pirotecnia eram apreciadas sem a menor moderação, mas ao passar dos anos e a necessidade de renovação fez com que ele, o nariz de cera, mudasse afinal, era hora de mudar... mudar... ou... mudar.

O responsável por isso? Não sei... dizem que é a vaidade, ou até mesmo uma forma de se enquadrar na tal modernidade. Com a forma que o consagrou de várias formas o levaram vários a cair em polêmicas até hoje não superadas e até o apelido “Nariz de cera” foi dado ele. Há quem prefira a sua forma rebuscada, clássica, inicial. Existe a corrente que acredita que o bom mesmo era o do passado.

A resistência nos últimos tempos ao nariz de cera ficou cada vez mais forte mas ainda existem seus fiéis e fanáticos seguidores, mas a sua “vida marginal” o atrapalhou e o pobre nariz de cera teve de viver na quase na clandestinidade, escondido por aí, deve ter ido para a terra do nunca. Ele foi perseguido, teve seu nome estampado com o vermelho mais vermelho dos vermelhos nas principais redações do planeta.

Bom, após praticamente uma lauda sobre o nariz de cera, vou dizendo que sempre tive dificuldade em aceitar sua posição, acho que não aceito até hoje. Não sou contra o senhor nariz de cera, tenho até certa simpatia pela sua importância, mas agora já era o que foi não volta mais, está morte e enterrado.

Descanse em paz, nariz de cera. Junto ao seu dono, Michael Jackson.

Até a próxima trabucada, canalhas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Bons moços fazendo merda


Como já disse o Tião (Diego Assunção), no post inaugural dessa bagaça, esse é um projeto antigo. Iniciado nos bancos da faculdade. Agora, após muitas deformações estamos aqui.

Uma de nossas motivações para o início da ideia, ainda na faculdade, foi a grande bundamolice que assola os cursos de jornalismo por aí. Para muitos, acadêmico de jornalismo é sinônimo de porre, infelizmente não no sentido da cachaça, e sim da chatice mesmo. Cheios de “pseudices”, pseudo-engajamento, pseudo-rebeldia, pseudo-intelectualismo entre outros. É claro que isso não é geral, mas entre perdidos, chatos e desencanados sobram poucos.

Não há nada mais sacal do que ouvir aqueles comentários cheios de pompa do tipo: “Só ouço MPB e só assisto filme europeu, Hollywood é comercial”, é de cagar. Melhor que vá ouvir o rebolation, pelo menos (se for homem) não vai conseguir pensar em nada além de bundas sacolejando.

Esse pedantismo tem que ser banido da humanidade, quem sabe assim um jornalismo diferente vingue, e assim acabe essa palhaçada de “vai cair o diploma, não vai mais” parece até narração de quadrilha (a da festa junina, não a do crime).

A generalização é obvia. A intenção desse blog/site/depósito de dejetos, não é ser uma afronta ao jornalismo estabelecido, afinal quem quiser continuar fazendo merda, que continue. É na verdade uma tentativa de canalizar algo que criamos ou imaginamos, ou ainda que queremos retratar ou noticiar de forma não-convencional.

Buscamos com esse projeto, (sim, é um projeto, mesmo sem objetivos gerais, específicos, hipótese e justificativa bem definidos) exatamente mostrar que às vezes o garçom do boteco copo sujo é mais genial que o Alberto Dines, ou ainda que não adianta ter decorado a declaração dos direitos humanos se você nunca gritou Hey Ho, Let´s Go ao menos uma vez na vida.

O tom, por vezes um pouco agressivo, soando até maldoso, garanto que é dotado das melhores intenções possíveis. Ricardo Alexandre, ex-editor da Bizz disse certa vez que o saudável de uma crítica é, depois de espinafrar determinado trabalho, ir tomar um café com o artista autor do objeto comentado. Ou ainda o André Forastieri dizendo que para pagar pau já existe o fã, o crítico tem que apontar tudo. Algo assim.


Eu e o Tião, por meio de conversas de MSN e lanches do Gulosão (o lanche mais absurdo de Araçatuba), resolvemos colocar o negócio para funcionar dessa forma, pelo blog, mas a galera presente no início do projeto já está se manifestando, ou seja, teremos textos de um povo bem foda por aqui.

Não pense que esse papo de cowboy durão metendo o pé em porta de saloon é tão a sério assim, até somos bem sensíveis, até meio bobos, pra não dizer bocós (agora falo por mim). O importante é que estamos fazendo o que queremos, tão revolucionários quanto o Marcos Mion, e foda-se o resto. Do it Yourself.



Ps: agradecimentos ao Alex Guru, que fez esse layout massa, com a capa do Beggars Banquet dos Stones.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uma introdução


Se este blog inaugura neste fatídico dia, isso é um sinal que nós perdemos um bocado das ambições e megalomania. Quando digo nós, estou mesmo afirmando que se trata aqui de um projeto coletivo. Camaradas, membros de gangue, patota ou simplesmente desocupados. Chamem-nos do que quiser, we don’t care.

Pois vamos lá: a idéia para o blog é coisa antiga. Pra contextualizar vale exaltar que é um plano que ronda nossas cabeças desde quando ainda freqüentávamos uma faculdade. Sim, somos diplomados. Em jornalismo. Grande bosta.

O projeto inicial era bolar um site com cara de fanzine. Espaço esse que seria para exercitar uma escrita livre. Sem as regras dos manuais de redação. Sem a pressão de seguir pautas encomendadas por terceiros ou superiores. E sem a obrigação de seguir a abominável formatação acadêmica.

O negócio seria uma maneira de manter algum grau de espontaneidade, integridade e, por que não, inteligência. Ou seja, uma resistência de nossos próprios estilos. O nome sugerido para essa balbúrdia seria o famigerado “Culto e grosso”. Nem me lembro quem descolou isso, mas o projeto acabou não vingando.

Dois anos depois viria a idéia “visionária” para outro site: “O Trabuco”. Esse daí nasceu bastante pretensioso, já que contaria com uma equipe de pelo menos sete colunistas que se comprometeriam a mandar um texto por semana ao ponto de possibilitar uma atualização diária do dito-cujo.

“O Trabuco” tinha uma idéia muito agradável, que era praticar uma forma de jornalismo que certamente no fim das contas não seria considerada sob hipótese alguma como prática de uma atividade tão nobre.

Seria um anti-jornalismo. Uma misturada louca de revista Mad com Nelson Rodrigues. Algo como entregar uma caneta e um papel para o Pica-pau do desenho animado, tresloucado, escrever suas impressões do mundo.

A verdade é que esse projeto também desandou. E sabíamos que seria quase impossível dar certo com esse grau de comprometimento. Principalmente quando boa parte dos integrantes teria que dividir o tempo para colaborar com o site entre outros trampos, limpar fraldas da criançada, fugir da polícia, etc.

Assim chegamos a esse blog. Se perdemos parte da ambição, aquela de atualizar o sítio diariamente, não perdemos o tesão de procurar escrever com tesão sobre coisas que nos é importante.

E, já adianto, nosso critério de importância está anos-luz de distância dos temas que atraem os principais noticiários televisivos do país. A política aqui é mais ou menos a seguinte: o nada é tudo e o tudo é nada, ou seja, qualquer merda pode se tornar uma pauta importante ao mesmo tempo em que qualquer grande pauta pode se tornar uma grande merda.

De site com atualização diária o projeto se tornou um blog. Do nome “O Trabuco” aderimos ao derivado “Trabucada”. O mais importante, caros, é que finalmente tiramos o coelho da cartola.

O que se seguirá a esse post inaugural, não ainda sabemos ao certo. Nem temos ainda os nomes fixos de colaboradores. Pretendemos contar com todos aqueles que um dia confiaram que “O Trabuco” iria existir mais até do que acreditaram no papai Noel quando tinham cinco anos.

Como até hoje não aprendi a encerrar um texto com classe, fica aqui um final em aberto ao estilo encerramento de capítulo de qualquer seriado enlatado televisivo. To be continued...