sábado, 27 de novembro de 2010

Smashing Pumpkins no Planeta Terra.
Sem voltar à estaca zero

(thejamminjabber.com)

Possivelmente o Smashing Pumpkins foi a banda que levou maior número de fãs ao Playcenter no último sábado (20), para o Planeta Terra Festival. Confesso que era minha maior expectativa entre os shows. Logicamente não esperava ver aquele Smashing Pumpkins clássico, com um Billy Corgan vestindo capas pretas (estilo Darth Vader), furioso, despejando clássicos e desconstruindo com autoridade pérolas do seu repertório (já vi umas 4 versões ao vivo diferentes de “Bullet With Butterfly Wings”, uma mais incrível que a outra), mas esperança é a última que morre, não?


Afinal, na formação clássica do grupo, mesmo com James Iha sendo um bom guitarrista, D’arcy quebrando o galho no baixo e nos gemidos (não, aquilo não era canto) e Jimmy Chamberlin dando aula de como se tocar bateria, o Smashing Pumpkins foi, é, e sempre será fruto da mente de Billy Corgan. Mas agora, a banda soa como Tio Corgan e seus estagiários. O baterista, Mike Byrne, de 20 anos, parece ter saído dos Hanson; no quesito baixista não há muito o que dizer, pois muitos marmanjos saíram apaixonados por Nicole Fiorentino, responsável pelas 4 cordas graves dos Pumpkins; e na guitarra, Jeff Schroeder, um cara de olhos puxados. Não, não é piada.


Mike Byrne
As origens de Mike Byrne
  
O show começou com uma inédita “The Fellowship”. Boa. Aliás, a nova leva de músicas deles é bem interessante. Seguiu com a “tanto-faz-como-tanto-fez”, “Lonely Is The Name” e, enfim, o primeiro clássico, “Today”, fazendo com que a nostalgia anos 90 pulsasse forte. Outra nova, “Astral Planes”, antecedeu o ponto alto do monótono disco Adore, “Ava Adore”, que ao vivo cresce com guitarras em primeiro plano. Em seguida, “Song For A Son”. Balada recente. Talvez a melhor da nova safra. Perde um pouco da força sem o piano e o violão, que pontuam toda a música em estúdio, mas ainda assim é uma boa canção. 

Jeff Schroeder, atual guitarrista

James Iha, o antigo


“Bullet With Butterlfly Wings” entrou rasgando, mas para quem já viu ela de tantas formas, boas, na ocasião pareceu tocada com desleixo, faltou tesão. Em seguida, “Tarantula”, talvez a única faixa digna de nota do album Zeitgeist, veio matadora. Até que acontece a maior atrocidade do show, e talvez do festival todo. A música “United States”, que em estúdio já era pura punheta, ao vivo alcança níveis apocalípticos. Uma sequência interminável de solos ruidosos e berros idiotas, e ainda um arghhhhh, solo de bateria. Aliás, fica o conselho, se você não é John Bonham ou, sei lá... Keith Moon, ou até Jimmy Chamberlin, jamais faça um solo de bateria, ao menos que antes se certifique que ninguém está ouvindo. E ainda ficou claro que o Macaulay Culkin das baquetas precisa comer muito arroz com feijão para chegar aos pés de Chamberlin. 


Ahh... Nicole Fiorentino

Depois do pesadelo, para quem suportou sem ir embora, claro, veio a boa nova “Spangled” e “Drown” emendada com “Shame”. Aí então, veio o momento que valeu a pena no show (ou talvez tenha gostado em comparação a modorrenta “United States”), mesmo sem um vigor lá muito invejável. “Cherub Rock”, seguida de “Zero”, com um final modificado que me lembrou o velho Pumpkins. “Stand Inside Your Love” e a incrível “Tonight, Tonight”, que mesmo sem o belíssimo arranjo de cordas (ou um teclado para emulá-lo) ficou bonita. 


Termina o show, mas tem bis. “Heavy Metal Machine”, que já vi (em vídeo, claro) destruidora ao vivo. Não foi ruim, mas o show terminou aí, agora em definitivo. Mas e “Disarm”? e “Perfect”? e “1979”? porra Corgan!!! é, não dá para confiar em um cara que até ontem tocava com uma camiseta escrita Zero e hoje aparece com um escrita Nature. Volta pra tumba, Nosferatu! 


Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

4 comentários:

Marcio Anix disse...

O loko DU, se eu fosse a um Show do Pumpkins e eles nao tocassem Disarm, eu jogaria uma latinha de cerveja no Corgan, sem alcool é claro, já que agora ele é In natura.

Bomba disse...

criança na bateria, mina no baixo, e japonês na guitarra, só poderia dar merda

Kari Gabriel disse...

Pior mesmo foi ler em outros blogs que o show foi maravilhoso e fodam-se os fãs antigos e etc e tals...
Eu não esperava o show deles mesmo. Pra mim, o melhor show da noite foi, sem sombra de dúvidas, o do Mika.
Smashing Pumpkins foi sinonimo de sono.
E eu literalmente dormi.

Talita Rustichelli disse...

Bomba, não fala mal da mina no baixo, pô! hahaha... Que coisa feia!