Mucho loca mesmo essa nossa vida. Num universo paralelo, dividimos nossos dias entre tropicões (como diria a minha avó) virtuais e a nada mole vida real.
Para o convívio, costumamos escolher as pessoas que tenham características que aprovamos/gostamos/toleramos: caráter, bondade, maldade, esperteza, companheirismo, afeto, etc etc. No mundo virtual, todo mundo acaba fazendo parte da vida de todo mundo. Vide Facebook. É uma bacanal de chips, botões, megabytes, curtir e o escambau.
Ali, a “vida” é bem mais fácil. Se você não gosta dos comentários de uma pessoa sobre a porra do Big Brother, por exemplo, você vai lá e exclui a pessoa. Se alguém começa a publicar muitas merdas, você vai lá e exclui. Ninguém é obrigado a ler asneiras, certo?
A vida virtual é o simbólico. Se você brigar com uma pessoa (seja de porrada ou verbalmente), se desentender com um amigo, terminar um namoro, enfim, se não quer ver fulano nem pintado de ouro, você vai lá e faz o quê? Exclui a pessoa do Face, do Orkut, do Twitter, do Msn, e tudo mais. E tchau. É um ponto final cibernético que sai da tela do computador pra servir como meia palavra que baste.
Mas, tem gente que não é tão bom entendedor, aí a outra pessoa passa a ter um inimigo imaginário. Bom, faz bem exercitar a imaginação... Tem gente que cria capítulos inteiros de novelas (mexicanas) pensando e lendo nas entrelinhas tudo o que o inimigo imaginário escreve...
Seria tão fácil se a gente viesse com um botão excluir e um adicionar. Tira a pessoa da vida ou insere ela no cotidiano sem precisar falar nada, assim: click!. Sem maiores complexidades que a vida social cara a cara exige. Uma covardia.
Por outro lado, excluir alguém do Facebook não é crime e não faz sangue escorrer. Essa é a parte boa do simbólico. A internet é uma coisa boa, meus filhos. Santa rede de cada dia!
O Trabucada, por exemplo, está sendo usado agora por mim pra expressar uma opinião e uma viagem que certamente eu não conseguiria concluir se estivesse falando numa roda de amigos, por exemplo. Primeiro porque eu não falo muito, depois porque tenho um sério problema de perder a linha do raciocínio quando falo, e isso piora quando é 3h da madruga (horário em que foi escrito este texto) e a pessoa aqui passa mal de comer leite em pó com adoçante em pó. (Pronto, quebrei o raciocínio até escrevendo... não precisava escrever isso, mas é que não quero fazer tipo, pelo menos neste texto... e acabei fazendo tipo).
Nas redes sociais, assim como na vida de verdade verdadeira, todo mundo faz tipo. Tem o tipo “sincero e destemido”, o tipo “legal com todo mundo”, o tipo “sou linda e gostosa”, o tipo “eu pego todas”, o tipo “sou muito culto”, o tipo “entendo tudo de futebol” etc etc e blablablá. A diferença é que no mundo virtual você consegue disfarçar por um tempo mais longo que fora do PC. A não ser que você seja muito bom ator...doado.
Aonde eu quero chegar com isso tudo? Talvez a vários pontos que ainda nem mesmo eu saquei. Pra fazer um final bonito: não dá pra ser inteiro na internet. Mas dá pra eliminar algumas perdas de tempo...
Obs.: No meu perfil pessoal do Facebook eu só adiciono pessoas conhecidas. Mortais podem adicionar meu perfil de trampo (Talita Rustichelli). Se quiserem. Se não quiserem, não preciso ficar sabendo, né...